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Guerra na Ucrânia: Tecnologia e as Redes Sociais

A guerra entre Rússia e Ucrânia, deflagrada no início deste mês, gerou instabilidade em diversos mercados, incluindo o de marketing digital. Como resposta à invasão russa, algumas empresas de tecnologia decidiram impor restrições ou até mesmo abandonar o país após o início do conflito.

Desde as gigantes de redes sociais, passando por empresas de tecnologia a editoras de jogos, é crescente o número de empresas que estão cortando vínculos com a Rússia.

MICROSOFT
A empresa suspendeu as vendas de seus produtos e serviços na Rússia por conta do que chamou de invasão “não provocada, injustificada e ilegal” da Ucrânia. A gigante do software também prometeu ajudar a defender a Ucrânia contra ataques cibernéticos russos. Além disso, a Microsoft afirmou que vai remover os resultados de pesquisa no Bing e interromperá todos os acordos de publicidade com a Rússia.

APPLE
A Apple interrompeu temporariamente as vendas de seus produtos físicos na Rússia e restringiu o acesso do país a seus serviços digitais, incluindo o Apple Pay. Já na Ucrânia, a empresa desativou os recursos de tráfego ao vivo e acidentes no Apple Maps, como “medida de segurança e precaução para os cidadãos ucranianos”.

GOOGLE
A empresa da Alphabet proibiu a mídia estatal russa de exibir anúncios em suas plataformas, baniu aplicativos móveis conectados ao RT e Sputnik – meios de comunicação estatais russos – de sua Play Store, removeu editores do Google News e ainda os baniu do YouTube em toda a Europa. Porém, a maioria de seus serviços – como Pesquisa, Mapas e YouTube – permanecem disponíveis. Já na Ucrânia, a empresa também desativou alguns recursos Google Maps e agora suas ferramentas de pesquisa e mapeamento no país apontam para os recursos das Nações Unidas para refugiados e requerentes de asilo.

META (FACEBOOK, INSTAGRAM E WHATSAPP)
A Meta anunciou que as páginas do Facebook e contas do Instagram do RT e Sputnik não estarão mais disponíveis na União Europeia. Como resposta, o regulador nacional de comunicações da Rússia bloqueou o acesso ao Facebook no país, como forma de combater o que ele chamou de “discriminação contra a mídia estatal russa”. O WhatsApp segue funcionando normalmente.

TWITTER
O Twitter foi outra rede social que excluiu as contas de RT e Sputnik na Europa. Essas duas contas do Twitter estão inacessíveis aos 27 estados membros da União Europeia.

TIKTOK
O aplicativo de vídeo chinês suspendeu novos uploads de vídeo e transmissões ao vivo na Rússia, com objetivo de eliminar as “fake news”. Assim como o Facebook, Instagram e Twitter, o TikTok também bloqueou o acesso ao RT e ao Sputnik na União Europeia.

SNAPCHAT
O Snapchat interrompeu toda sua publicidade na Rússia, Bielorrússia e Ucrânia, e disse que
não irá mais receber receitas de entidades estatais russas. Além disso, a empresa prometeu US$ 15 milhões em ajuda humanitária à Ucrânia.

OUTRAS EMPRESAS QUE SUSPENDERAM SUAS ATIVIDADES OU DEIXARAM A RÚSSIA
• EA e Activision Blizzard
• PayPal
• Airbnb
• Netflix
• Spotify

Empresas globais de tecnologia optaram por continuar permitindo que os russos baixem aplicativos para iPhone, naveguem no YouTube e enviem mensagens no WhatsApp e no Telegram, porém, o governo russo passou a limitar o acesso a notícias, informações e tecnologias.

Apesar de grande parte da comunidade empresarial de tecnologia estar saindo da Rússia, essas empresas ainda têm dúvidas se devem permanecer atuando no país.

O DILEMA DAS BIG TECHS
Deixar de vez a Rússia ou tentar ficar? E mais, essa escolha será feita exclusivamente por essas empresas? É esse o dilema que as potências tecnológicas globais têm de resolver nesse momento.

Se por um lado os líderes ucranianos e o ocidente de uma forma geral estão inclinados a excluir a Rússia da vida digital, por outro, as empresas têm algumas questões para encarar.

O fato de o acesso digital poder ser usado como uma ferramenta de ataque em guerras mostra que as grandes corporações digitais são atores geopolíticos, querendo ou não.

Dentro desse cenário, ao irem contra a Rússia, há o risco de que as empresas pareçam ser uma marionete do Ocidente, o que não é bom para jornalistas russos ou dissidentes, além de prejudicar as relações dessas empresas em negociações com outros países.

Porém, se decidirem permanecer atuando no país, podem servir como instrumentos da liberdade de expressão, além de proporcionarem recursos úteis de informação, localização, mobilidade e segurança, pontos fundamentais em tempos de cólera.